quarta-feira, 20 de abril de 2011

Minha História de Vida



Era uma manhã chuvosa, meus irmãos e eu estávamos no fundo de uma caixa de papelão que foi colocada no meio da rua quando duas moças (que hoje são minhas mamães) nos avistaram. Éramos tão pequeninos que ainda nem emitíamos sons ao miar, nossos dentinhos ainda nem haviam nascido, os únicos sentimentos que tínhamos naquele momento era medo e frio. Por sorte as duas se sensibilizaram e nos levaram para casa, e por dias cuidaram de nós com muito amor e carinho dando-nos um leite especial em uma mamadeira especifica para filhotinhos como nós. E os dias foram seguindo cheios de alegria, recebíamos muita atenção dos 7 moradores da casa. Fomos crescendo, aprendendo a nos alimentar sozinhos, descobrindo um mundo de coisas novas. Mas um dia, um pouco depois de ter completado meu primeiro mês de vida, infelizmente, um incidente aconteceu. Meus irmãos e eu fomos passear na casa de uma de nossas mamães, onde de repente um de seus cachorros escapou, me pegou pela boca e pois-se a correr comigo quintal a fora. Não creio que tenha feito por mal, ele nunca havia visto um gatinho, no mínimo achou que eu fosse um brinquedinho. Foi um sufoco total, minha mamãe desesperada correndo atrás dele para me socorrer até que por fim ela conseguiu me tirar do meio daqueles dentes, eu estava tão assustada que mal podia respirar. No caminho do veterinário fui percebendo que não sentia minhas patinhas traseiras. Minha mamãe que também notou isso ficou ainda mais desesperada. Só depois de muitos exames de raio-x e neurológicos foi constatado que eu havia fraturado três vértebras da coluna o que me impedia de movimentar e sentir minhas patinhas. A veterinária em sua posição de profissional explicou para minhas mamães a gravidade do caso, explicando-as que por eu ser um bebezinho não haviam muitas alternativas pois a dosagem dos medicamentos eram difíceis de serem calculadas e não havia possibilidade alguma de realizar uma cirurgia. A situação era tão crítica que até a hipótese de eutanásia foi levantada. Mesmo assim ela deu uma trégua, passou um remedinho, que cada comprimido deveria ser cortado em oito pedacinhos dos quais eu tomaria apenas um pedacinho, e pediu para que aguardássemos três dias para uma nova avaliação neurológica na esperança de que eu voltasse ao menos a sentir um pouquinho minhas patinhas.

Esses três dias passaram regados de tensão, minhas mamães com muito medo de que eu não melhorasse e sem saber o que fazer e eu também com muito medo de não melhorar e ter minha vida encerrada tão cedo por conta desse incidente. Por fim os três dias se passaram, e o retorno à veterinária foi uma data especial para todas nós, eu respondi à alguns estímulos demonstrando que havia voltado a sentir, mesmo que pouca coisa, minhas patinhas. Então a veterinária pediu para que minhas mães mantivessem a medicação, orientou-as sobre pequenos exercícios de fisioterapia para que meus músculos não atrofiarem, sobre como esvaziar minha bexiguinha, e os demais cuidados.

Graças à dedicação de minhas mãezinhas e muito esforço meu hoje eu já estou engatinhando, as vezes consigo ficar em pé mesmo que poucos segundos, brinco, como, durmo, como qualquer outro bebê. Mas não acaba por aqui, os veterinários, minhas mamães, meus amigos e eu, acreditamos que eu tenha grandes chances de voltar a caminhar com as patinhas traseiras, por isso agora vou iniciar um tratamento com acupuntura que irá me ajudar nos estímulos dos membros e órgãos para que eu possa ter melhor controle sobre eles e quem sabe, voltar a caminhar...


6 comentários:

  1. Gratidão por este gesto de amor!!!
    Estou emocionada por essa demonstração de amor a vida.
    Gratidão
    divulgando o blog

    namastê

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  2. que deus abençõe suas mamães por tanto amor,td amor que se dá ,é recebido de volta em dobro,meu amor logo com ajuda do papai do céu vc vai estar andado,meus eternos respeitos por pessoas especiais como vcs,que são dignas de ser chamadas de humanas

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  3. Fiquei muito emocionada com tua história, Lu!
    E fico muito feliz que existam pessoas tão especiais como tuas mamães!
    Rezo para que tu consiga ter uma vida longa e feliz!!!
    Bjuuu

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  4. Nossa que historia emocionante! Passei por isso ha um mes. Encontrei uma gata na rua com a pata esmagada...a hipotese de amputação foi levantada...porem cuidei muito bem dela (assim como vc faz com aluciana), briguei por consulta e cirurgia de graça no hospital veterinario da UFG. e consegui! Me passaram uma pomada e curativos para fazer 5 dias antes da cirurgia. No dia da cirurgia, a patinha estava tao irrigada de sangue, que a amputação foi cancelada, e o médico só raspou os ossinhos da pata que restaram e costurou o tecido por cima. Hoje, ela anda, corre, faz tudo que qlq outro gato faria! EU CONFIO em vcs e na Luciana! Vai dar tudo certo! Ela vai voltar a andar sim!!! Parabens por acolherem a Luciana! Como posso ajudar? Tem conta bancária ou algo? Sou estudante e meu dinheiro é contado, mas eu quero ajudar...não vai ser muito mas já é alguma coisa! Um abraço! Thallita (9137-2272)

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  5. Eu já acompanho a Luciana pelo FB. Nossa aqui ví na íntegra o que aconteceu. Que sufoco!!! Ainda bem que vcs acreditaram, vcs honraram a vida da Luciana!!! Bençãos,mil bençãos para vocês, seres humanos de coração de ouro.
    Tenho 6 gatos, a mãe foi tirada da rua.E está vindo alguns...uma escupulida, roeu a tela de preoteção!!...Ainda não consegui fazer a esterelização. Estou iniciando um pequeno negócio e com certeza parte do arrecadamento será para ajudar os nossos anjinhos de 4 patas. Breve poderia contribuir para o tratamento da linda Luciana! O que vcs fazem por ela é lindo. Beijos no coração e bom domingo!

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  6. aconteceu a mesma coisa com um dos meus gatinhos. eu tenho medo de fazer tudo errado, ainda mais em tempos de corona, que a gente não pode ir ao vet sempre... tenho medo das patinhas traseiras atrofiarem.... boa sorte, gatinha luci! a sua história me inspirou e eu espero conseguir cuidar do simba <3

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